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Presente contínuo – Luli Radfahrer

6 de fevereiro de 2012/0 Comentários/em Artigos/por Jessica

Presente contínuo

No planeta digital, só há espaço para pontos de vista sintéticos e para um único tempo verbal: o imediato

Caetano Veloso já dizia que só é possível filosofar em alemão. Licenças poéticas à parte, é inegável a influência de certas línguas na comunicação de determinados processos. Por mais que as ideias apareçam independentemente de qualquer idioma (caso contrário seria impossível traduzi-las), seu debate e sua transmissão dependem e se apoiam em estruturas comuns.
A linguagem é um dos recursos simbólicos mais ricos à disposição do pensamento. Seu uso facilita, de forma clara e direta, a compreensão imediata de conceitos razoavelmente complexos -como “aflição” ou “impertinência”. Regras gramaticais costumam dizer muito a respeito da forma de pensar coletiva daqueles que as utilizam. Da mesma forma, o uso de tempos verbais transmite uma boa perspectiva a respeito de um ambiente ou evento.
Em japonês, por exemplo, quase não há diferença de termos entre o que acontece e o que acontecerá. No dialeto usado na Sicília não se fala em futuro. Nossa língua conta com três passados para explicar por que tantas ideias teriam sido fantásticas, enriquecido seus inventores e melhorado o mundo se apenas um ou outro fato não tivesse ocorrido.
No planeta digital, todos exprimem suas identidades, anseios e pontos de vista com um linguajar curto, pragmático e sintético, em que só há espaço para um tempo verbal: o imediato. O passado é compilado, classificado e trazido a valor presente por buscadores como Google, Bing e Yahoo!. A programação atemporal da TV YouTube apresenta uma mistura de reminiscências e inovações à prova de qualquer critério. O acesso aos fatos é aleatório a tal ponto que, pela primeira vez na história, a ordem dos fatores parece incapaz de alterar o produto.
Em redes sociais, cada nome é um crachá, eternamente disponível. Todos são velhos conhecidos, já que podem consultar, sem maiores justificativas, o histórico pessoal de qualquer um na linha do tempo que resume indivíduos a páginas do Facebook. No LinkedIn, interfaces parecidas sintetizam carreiras e reputações em espaços ainda menores.
Twitter e Tumblr perguntam a seus usuários “o que está acontecendo” -assim, em presente contínuo. Cada resposta contribui para uma correnteza de atualizações tão imprevisíveis quanto rapidamente esquecidas. Gravadas, as conversas via Skype e MSN permitem que assuntos discutidos sejam retomados a qualquer instante. Nunca foi tão fácil ir direto ao ponto, seja lá qual for o ponto.
O espaço-tempo digital é achatado a ponto de fazer qualquer Einstein perder a perspectiva. Como o passado é acumulado e o futuro parece surgir por mágica nas fábricas de sonhos da Apple e da Amazon, é cada vez mais comum a vertigem causada pela falta de referências. Essa desorientação é reforçada pelos bastiões da autoajuda, rápidos em sua habilidade de resumir biografias a listas de tópicos.
É preciso ampliar os horizontes do mundo digital, explorar a natureza múltipla da rede para criar novas estruturas que só seriam possíveis por meio dela. A rede não é uma cópia pobre do mundo real, mas um ambiente de expansão. Se bem usada, pode ter o mesmo efeito que a física teve com a matemática avançada, que criou dimensões para chegar a lugares inimagináveis.
folha@luli.com.br
*Luli Radfahrer: Publicado na Folha de São Paulo – 06.02.12

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